Universidade Brasileira Livre: Ciência da Computação
Me deparei ontem com este repositório no GitHub e decidi compartilhar por aqui, uma vez que pode ajudar a todos que, assim como eu, não tiveram a oportunidade de cursar uma faculdade em Ciência da Computação, mas têm enorme interesse nos conteúdos do curso.
Os materiais estão excelentes, e contam com cursos completos de diversas matérias relativas ao programa. Você terá acesso a aulas ministradas por professores de Universidades renomadas do país, como a USP (Universidade de São Paulo).
Aproveitando o gancho, achei que seria interessante escrever um pouco sobre a questão das graduações na área da tecnologia.
Atualmente, a profissão da TI não é regulamentada. Portanto, a exigência de diplomas de graduação não é obrigatória para exercer o cargo de profissional da TI. Porém, ainda há algumas empresas que requisitam uma graduação por parte dos concorrentes às vagas: algumas vezes, ter um diploma - ou não - pode contar como caráter eliminatório. Na minha experiência, apenas as grandes empresas como a Microsoft, a Amazon ou a Meta, têm mais rigor em selecionar candidatos graduados, mestrados e doutorados.
Por outro lado, sabemos como o mercado em geral opera: a maioria das empresas de e-commerce, start-ups, etc, estão interessadas em profissionais que dominam determinadas tecnologias em alta, independente do seu nível acadêmico. Dessa forma, certificações como a de um “Arquiteto de Soluções” fornecidas por empresas como a Amazon, a Google e a Microsoft, muitas vezes podem dar a impressão de um peso maior do que um diploma de graduação (que, neste caso, passa a ser mera formalidade).
Diante desse cenário, uma das estratégias adotadas para entrar no mercado de trabalho da TI, é a de se inscrever em um curso tecnólogo EAD (ensino à distância) “pagou passou”, onde muitas das vezes, as exigências de aprendizados são mínimas - mas te garantem uma vaga de estagiário. Em seguida, o estagiário foca em tirar certificações para progredir na carreira. Passado determinado tempo, o profissional que adotou essa estratégia e que já passou a ser valorizado, pode já não ver mais “sentido” em cursar uma graduação em Ciência da Computação, por exemplo. Seria “perda de tempo”, uma vez que ele pode concentrar seus estudos em mais tecnologias voltadas para o mercado.
Para deixarmos algo bem pontuado aqui: não somos contra o ensino à distância. Pelo contrário: acreditamos que é uma das formas de facilitar a vida do trabalhador que já sofre diversas mazelas no seu dia a dia. Além disso, se existe uma forma mais “efetiva” de um indivíduo ingressar no mercado de trabalho e ser valorizado como merece, também somos a favor! O problema levantado aqui, é que temos uma precarização da qualidade de ensino, juntamente com o esvaziamento de cientistas/profissionais que pensem por si próprios e uma consequente fuga de cérebros para outros países, em detrimento de profissinais que meramente aprendem a utilizar ferramentas da hype atual em prol do lucro das empresas. Ou seja: é um problema sistêmico.
Para concluir, resumidamente: por esses motivos, somos a favor de uma maior valorização das ciências no nosso país, para que detenhamos cada vez mais, soberania científica e tecnológica.
E, novamente, como já dissemos em outro post: conhecimento não é mercadoria! Portanto, deixe a sua curiosidade e sua sede por conhecimento fluir, e aproveite os conteúdos maravilhosos desse repositório da Universidade Brasileira Livre. :)
Postado por: bl4nk_